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terça-feira, 7 de abril de 2009

Modernismo


Embora tenha sido publicado, divulgado e conhecido amplamente, apenas no pós-guerra, Fernando Pessoa pertence à geração dos "Ismos" ( Surrealismo, Dadaísmo, Futurismo), que tumultuou a Europa dos anos 10/20. O Modernismo, movimento literário a que Fernando Pessoa faz parte, compreende este grupo variado de correntes estéticas de vanguarda. É uma tendência dinâmica indicando a necessidade de renovação e a crença de que é possível uma superação constante, baseada na idéia da modernidade contra a tradição e do antigo.

A atitude moderna da época presente em posição às antigas coloca acima de tudo o particular, o local, a circunstância, o pessoal, o subjetivo, o relativo e a diversidade. Foram seus contemporâneos, pintores, como Picasso, Braque, Kandinski, Mondrian, Larionov, Natalia Goncharova; músicos como Schönberg, Stravinsky; ficcionistas como Henri James, Joyce, Jorge Luis Borges, Virginia Woolf, Kafka, Hermann Hesse, John Dos Passos, E.E.Cummings e poetas como Apollinaire, Mallarmé, Marinetti, Max Jacob, Ezra Pound, Valery, T.S.Eliot, A.Breton, Maiacovski, Gertrude Stein, Vicente Huidobro, Oswald e Mário de Andrade, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, entre outros.


Evidentemente Portugal tenta acompanhar as modificações que acontecem no continente europeu, mas num ritmo bem mais lento. É que, a rigor, não houve nas terras portuguesas nem a Revolução Industrial nem a loucura do grande capitalimo, como nos resto da Europa. Politicamente, o país vive a agonia do regime monárquico, que termina de vez, em 1910, com a proclamação da República. Influenciados pelo fascismo italiano, os integralistas portugueses organizam-se politicamente em 1914. Em 1926, surge o Estado Novo, sob a forma da ditadura de Salazar.


Apesar desse fechamento do regime, a produção artística não cessa. Em 1910, aparece a Revista Águia, que se torna órgão da Renascença Portuguesa. Esse movimento tinha como princípio o estabelecimento de uma filosofia portuguesa baseada no culto da saudade.


Ao movimento da Renascença Portuguesa segue-se o do Orfismo, que se concentrou em torno de Orpheu, revista cujo primeiro número vem a público em 1915. Fundada sob influência das grandes correntes estéticas européias, a publicação contou logo de início com as figuras mais importantes da época: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Caneiro, Almada Negreiros, Alfredo Guisado, etc. Preocupada em provocar o burguês e em sacudir o acanhado meio cultural português, essa geração, nas páginas da revista, publicou uma poesia complexa, de difícil acesso, que causou o maior escândalo na época. Mas Orpheu tem curta duração - apenas mais um é número publicado - e sai fora de cena


Modernismo em Portugal

No início do Séc. XX, havia um sentimento geral de que não era mais possível renovar a arte tradicional. As escolas literárias repetiam suas fórmulas. A superficialidade convivia com a crença de que a evolução tudo comandava e pouco cabia ao homem nesse processo.

No entanto, um movimento forte e amplo - o Modernismo - viria dar fim a este marasmo e implantar o inconformismo.

Modernismo, não foi apenas produto de uma evolução estética: ele decorreu de todo um estado de espírito formado pela cultura da época e que repercutiria em todas as artes, integrando literatura, pintura, música arquitetura, cinema, etc. A primeira Guerra Mundial foi o grande divisor das águas...

Nesse contexto surgiram as vanguardas européias, que antecederam e originaram o Modernismo literário. Vanguarda vem do francês e significa extremidade dianteira dos exércitos em luta. E a literatura de vanguarda foi realmente combativa, polêmica, desbravadora e irreverente. Os vanguardistas da época valiam-se do deboche, da ironia e da luta verbal com o objetivo de substituir a arte passadista pela arte moderna.



As principais vanguardas européias foram:

a. Cubismo.

b. Futurismo.

c. Dadaísmo.

d. Surrealismo.

Todas essas vanguardas tiveram um caráter agressivo, experimental, demolidor e inovador. Combatiam o racionalismo e o objetivismo das teorias científicas do Realismo/Naturalismo/Parnasianismo e pregavam o irracionalismo. Com isso, buscavam uma compressão mais subjetiva do homem, voltada mais para seu interior que para seu exterior.

De 1940 a nossos dias, o Modernismo português desenvolveu várias tendências; Neo- Realismo. Ecletismo, Humanismo dramático, Realismo contraditório e Experimentalismo polivalente.



Características:

A) atitude irreverente em relação aos padrões estabelecidos;

B) reação contra o passado, o clássico e o estático;

C) temática mais particular, individual e não tanto universal e genérica;

D) preferência pelo dinamismo e velocidade vitais;

E) busca do imprevisível e insólito

F) abstenção do sentimentalismo fácil e falso;

G) comunicação direta das idéias: linguagem cotidiana.

H) esforço de originalidade e autenticidade;

I) interesse pela vida interior (estados de alma, espírito..)

J) aparente hermetismo, expressão indireta pela sugestão e associação verbal em vez de absoluta clareza.

K) valorização do prosaico e bom humor;

L) liberdade forma: verso livre, ritmo livre, sem rima, sem estrofação preestabelecida.



Principais representantes :

Três grandes gerações de autores:

1ª geração - o Orfismo : Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e outros;

2ª geração - o Presencismo: José Régio, João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e outros;

3ª geração - o Neo-Realismo: Alves Redol, Ferreira de Castro, Jorge de Sena e outros.

Um comentário:

  1. Gostei muito de como escreveu,do jeito que explicou.
    Parabéns, seu blog está um luxo!
    Deixo aqui também o meu blog, depois dá uma olhada e deixa a sua opnião, são poemas de minha autoria.
    wwwandreiameuspoemas.blogspot.com
    (OBS: depois do "www" não tem ponto ".")
    Grande Abraço!

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